segunda-feira, janeiro 25, 2010

O deserto...

O deserto diferentemente do que eu imaginava, não é um lugar de solidão, mas, sim, de encontro. É na experiência do deserto que somos levados a nos encontrar com nós mesmos e com Deus. É incrivel saber como não nos conhecemos. Afinal, convivemos com nós mesmos o tempo todo! O problema é que esquecemos que o coração engana e muito. Por vezes sem conta, ele nos prega peças, ele nos engana, ele nos ilude... A experiência do deserto é fundamental para a caminhada cristã. Enquanto o coração tenta nos esconder de nós mesmos, Deus usa o deserto para nos levar ao encontro daquilo que realmente somos. No deserto, as portas do coração são escancaradas e o manso pode revelar-se iracundo; o tranquilo, ansioso; o humilde, arrogante; o corajoso, cheio de medo; Quando o povo de Israel estava para entrar na Terra Prometida, o Senhor lhes falou sobre o deserto como esse lugar de encontro do homem consigo mesmo: “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2). Não era Deus quem precisava conhecer o coração dos israelitas. Deus conhece todas as coisas, inclusive as profundezas do coração do homem.Mas eram os israelitas quem precisavam se conhecer. E por isso, Deus os levou ao deserto! Eles precisavam descobrir quem eles realmente eram! Eles não se conheciam de fato! Depois de terem saído do Egito, os israelitas fizeram aliança com Deus e proclamaram em alta voz que eram e sempre seriam fiéis e obedientes a Deus. Contudo, a experiência do deserto revelou o contrário acerca desses homens e mulheres. Repetidas vezes, eles mostraram que, no seu coração, eles eram murmuradores, inconstantes e desobedientes. O deserto foi o lugar onde os israelitas puderam saber quem eles realmente eram e o que estava guardado em seus corações. Por outro lado, o deserto é também o lugar do encontro com Deus. É somente nesse lugar onde as nossas fraquezas são expostas, as nossas forças se acabam, os nossos argumentos cessam, a nossa beleza vai embora, o nosso dinheiro desaparece, os nossos limites são revelados; é somente nesse lugar que reconhecemos a nossa necessidade de Deus. E, para a nossa surpresa, os nossos olhos são abertos para percebermos que Deus sempre esteve ali, do nosso lado, aguardando o momento em que buscaríamos por Ele.

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos esca...